sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"Então o que fazer agora?"

Dona de casa, domestica - sim, mas não só. Afinal, quando trabalhava fora de casa também cuidava da casa.

Então? Mãe - "só mãe"! Ou "mãe a tempo inteiro", e as mães, que têm outros empregos? Não são mães a tempo inteiro? Não ficam angustiadas quando um filho está doente, ou triste com um amigo, durante o horário de expediente? Será que têm um botãozinho que desliga o "lado mãe" das 9 às 5h? Acho que não, eu pelo menos nunca fui capaz.

Um amigo, na brincadeira, perguntou-me se eu estava a gostar da minha vida de dondoca! Dondoca, gosto! Parece que o que faço durante o dia é passear, ir ao ginásio, ao cabeleireiro e claro, gastar dinheiro. Isso sim não me importava, mas também não é a palavra que melhor define o que eu faço.

Muitas vezes quando respondo a inquéritos com escolhas pré-definidas acabo por ter de pôr desempregada. É certo que não estou empregada, mas "desempregada" parece que estou à procura de emprego.

"Afinal, o que fazes agora?" - Bem, acho que faço tudo isto!
Quando estendo a roupa, arrumo a loiça da máquina ou aspiro: sou dona de casa.
Quando dou mimos, mudo fraldas ou vou buscar, levar e buscar e levar crianças às escolas, sou mãe.
Quando passeio horas com de mão dada com a Vera, para lá e para cá, porque ela gosta: sou dondoca.
Desempregada, talvez, mas eu acho que tenho o melhor emprego do mundo, só não sei como se chama!

Bjs

8 comentários:

  1. Ainda há pouco respondi no meu blogue a um comentário sobre este assunto. Sei que é polémico, mas eu não costumo coibir-me de expressar o que penso, aliás aviso frequentemente que sou politica e socialmente incorrecta. Sou sincera. Vou colar aqui a resposta que dei, Inês:
    "O que define a nossa profissão é quantidade de horas que lhe dedicamos, não a quantificação dos afectos; nesse sentido, uma mulher que dedica mais tempo à profissão, do que aos filhos não é mãe a tempo inteiro. Não é isso que ela coloca nos impressos, pois não?
    No entanto, se ela deseja assumir -se assim, está no direito dela. E eu no meu, de não concordar.

    Quanto ao sofrimento...umas sim, outras não. Conheço casos de mulheres que anteciparam o término da licença de maternidade, porque já não "aguentavam" estar mais tempo em casa, com os filhos. E a razão não era económica.
    Ao meu redor só conheço uma mãe que gostaria de ser mãe-a-tempo-inteiro, mas não pode, porque o vencimento dela é necessário, ao agregado familiar.
    Acho que isto diz muito. Creio que a maioria das mães não o são por vocação, mas por pressão social e familiar. "

    Bom fim de semana!

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  2. Eu também sou mãe a tempo inteiro e sinto-me uma sortuda por isso :o)
    Quero voltar ao trabalho e voltarei, mas não será para já... (e o meu trabalho está "lá", talvez seja esta a grande vantagem)
    Bom fim-de-semana

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  3. ja sou mãe a tempo inteiro desde 2004;)

    e para muitos sou claro uma dondoda:P

    eu na profissão meto doméstica... e com muito gosto!

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  4. Fernanda - não concordo totalmente. Conheço mães que trabalham que são óptimas mães, melhores do que se não trabalhassem. A opção de "não trabalhar" resulta para mim e tive e tenho que lutar para que seja possível, uma vez que o dinheiro fazia jeito, sem duvida. No entanto, não acredito que seja a opção certa para todas a mães, e não acho que sejam piores mães por isso. Claro que existem imensos pais que apenas o são por pressão da sociedade, mas quero acreditar que a maioria o faz por amor.
    Acredito que aquilo que resulta na minha casa pode não resultar na casa do meu vizinho, não quer dizer que um de nós esteja errado, apenas temos ideias diferentes.
    Também não costumo ser politicamente correcta, e também sou muitas vezes apelidada de antipática por ser sincera, espero que a minha resposta não ofenda.

    Bjs

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  5. Pinguina - Sim, muito sortuda. Cá também devia ser assim. Aliás acho que devia haver as duas opções, poder ficar em casa até eles irem para a pré ou voltar ao trabalho mais cedo.
    Bjs

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  6. Amores perfeitos - Eu também ponho doméstica com muito gosto, mas na ficha de informações dos pais da escola dos meus filhos não havia essa opção, tive que pôr desempregada :(
    Bjs

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  7. Inês, eu nunca disse que as mães que trabalham fora não são óptimas mães; disse somente que não as considero mães-a-tempo-inteiro!
    Também nunca disse que seja a opção certa para todas as mulheres! Aliás, está claro que não é, visto que conheço algumas que começaram a trabalhar antes da licença de maternidade terminar. E como digo sempre, cada caso é um caso e no fim de contas cada um deve escolher aquilo que o faz mais feliz. Porque não acredito nada que uma mulher deva ser mãe-a-tempo-inteiro se isso não a realiza.
    Explicado isto, claro que não me ofendo com opiniões contrárias, à minha, Inês; se bem que neste caso, me parece houve um certo mal-entendido.

    Bjos

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  8. Oh Fernanda - então fui eu que percebi tudo errado :S

    Bjs

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